“E a cabeça ficou louca só com aquele beijinho no canto da boca…

Duas semanas. Ou quase isso. Na verdade, 13 dias. Há 13 dias minha vida virou uma loucura surreal. Sim, uma loucura gostosa. Mas, mesmo assim, uma LOUCURA. Em letras maiúsculas.
O M. é amigo da minha família desde antes de eu nascer. Conhece absolutamente TODOS os meus familiares. Tenho 25 e ele, 19 a mais. A B. tem 12 anos a mais do que eu.
Eles estão juntos há 20 e poucos anos. Casados. Pais de família. Casal exemplo, não brigam (tanto), não mentem. Se amam. Se divertem. Se curtem. Confiam um no outro. Frequentam a igreja. E dormem comigo, ocasionalmente.
Há 13 dias virei o 3° elemento no relacionamento desse casal.
Me criei em outra cidade e passava as férias na casa da minha família na cidade onde moro atualmente. Há alguns anos comecei a ter mais contato com eles e, nesse verão, o M. começou a me olhar diferente e a dar beijinhos no canto da minha boca ao me cumprimentar e se despedir (sim, ele que começou, apesar de tentar jogar essa “culpa” pra cima de mim). 
No mesmo verão ele começou a conversar comigo no whatsapp, dizendo que a B. gostava de mim e aceitaria tranquilamente. Fingi que não estava entendendo. Ele parou.
Em maio me mudei pra cá (morando na casa de parentes), namorando um cara dessa cidade. Uns meses depois, terminei o namoro. Os beijos do M. no canto da minha boca continuaram durante esse tempo. E a vontade que eu tinha, aumentou.
Eu sempre gostei muito da B. Pensamos de maneira parecida e eu não queria trair ninguém. Muito menos ela.
Mas ela vivia dizendo “eu não sinto ciúmes”… Acho que ela já estava tentando me mostrar que enxergava o que estava acontecendo. E que não tinha problema nenhum.
O M. me chamou pra sair. Foi claro no que queria. Disse que eu era uma incógnita, pois às vezes demonstrava que estava afim e às vezes era fria (eu já falei que não queria enganar a B.?). Precisava me conhecer melhor. Íamos sair os dois.
Com o passar da semana, fui entendendo que a B. ia junto… Ok. Vamos! Sempre tive essa curiosidade…
Passamos a noite sem tocar no assunto. Fomos pra casa deles beber espumante. A B. foi pro banho. E o M. pra cima de mim.
Ela saiu do banho e disse pra mim (que estava em choque, querendo fugir pra qualquer lugar), que já tinha percebido o tesão que tinha entre nós dois. Há muito tempo. Antes de nós dois percebermos. Era para eu ficar tranqüila, relaxar e aproveitar o momento. Foi o que eu fiz. Com os dois.
13 dias depois e eu continuo achando tudo isso surreal. Já passou da fase do fetiche. Estamos gostando. E muito.
Ontem o M. fez um questionário. Ainda tô refletindo todas aquelas perguntas…
E se nossas famílias descobrirem?
E se eu quiser desistir? E se eu quiser ter uma vida “certinha”?
Eles já têm uma estabilidade que eu não tenho.
Casar, ter filhos… Só tenho 25, tenho muita coisa pra viver ainda.
Não sei se um dia vou contar isso pro meu marido ou pros meus filhos. Não sei até onde vamos com esse relacionamento (sim, definimos ontem que é um relacionamento), não sei nem o que vou fazer amanhã.
Sei que agora, isso é o que eu mais quero. O que não sai da minha cabeça o dia todo. O que me deixa disposta e feliz.
E não quero abrir mão dessa loucura surreal por causa de um futuro que não sei como vai ser.
Afinal, o que é a vida sem uma boa história pra contar (mesmo que anonimamente)?

…Louca, louca, louca… Só com beijinho, com beijinho”

Beijos,

A.

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